Formatinho na San Diego Comic Con

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De 18 à 21 de julho rola a San Diego Comic Con, o maior evento de cultura pop do continente americano. O evento começa oficialmente amanhã, mas como rola um pré-evento no dia 17 fechado para aqueles que adquirem o passaporte para os 4 dias, já estão vazando algumas noticias legais. E foi assim que um dos favoritos da família Formatinho volta ao blog, Neil Gaiman e seu Sandman.
Foi divulgado hoje a capa feita por Dave McKean.

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Além de uma página interna de J.H. Williams III.

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E as novidades não devem parar por aí, no dia 18, Williams tem um painel onde vai falar de sua paixão pelos quadrinhos.

Já no dia 20, acontece um grande painel em comemoração aos 25 anos de Sandman, com parte da equipe original do projeto, encabeçado por Neil Gaiman, e participações de Sam Kieth, Dave McKean e Todd Klein. 

Mas a cereja fica para o dia 21, no encerramento da Comic Con, quando Gaiman vai ter um painel para discutir os rumos que sua obra e carreira tomaram nesses 25 anos de Sandman.

Mais novidades sobre Sandman: Overture e outras notícias a qualquer momento no plantão San Diego Comic Con do Formatinho.

Exposição Ícones em livro de luxo

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Em novembro desse ano, entre os dias 13 e 17, acontecerá em Belo Horizonte, aquele que é o maior evento de quadrinhos do Brasil, a FIQ.
Entre palestras, sessões de autógrafo e lançamentos (que ainda vamos tratar com mais calma aqui no blog), será possível acompanhar a exposição Ícones, composta por desenhos originais de grandes representantes da nona arte.
O curador da exposição, e antigo colaborador da FIQ, Ivan Costa, criou uma forma legal de que todos tivessem sua cópia da exposição. Além de financiar a vinda de outros três artistas para FIQ. São eles Sean Murphy (Punk Rock Jesus) , Dave Johnson (Superman Red Son) e Peter Kuper (Spy vs Spy).

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O projeto que está hospedado no site Catarse, é de um livro de luxo, com mais de 200 páginas. O mesmo prevê, através do sistema de crowdfunding, que a verba aplicada no projeto seja revertida na criação do livro e custeio da vinda dos três artistas, que inclusive já confirmaram presença na FIQ, e estarão fazendo o lançamento do mesmo.
Mais detalhes no site do projeto no Catarse.

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Edital para Revista Inverna

O weblog Inverna, nas palavras das editoras “Uma publicação de caráter artístico e cultural que inclui todos os gêneros entendidos como gráfico-visuais – quadrinhos, ilustrações, charges ou tiras gráficas – produzidos de forma autoral ou cooperativa exclusivamente por mulheres brasileiras”, está com um edital, bem legal, que estará selecionando trabalhos para sua publicação impressa/digital.

Mais detalhes no site do edital, só te agiliza por que os projetos são aceitos até o dia 15 de julho.

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Pérez assina com a Boom!

Autor daqueles que são considerados marcos nas duas grandes editoras dos Estados Unidos (The New Teen Titan, Crisis on Infinite Earths, Wonder Woman na DC, e Hulk: Future Imperfect e Avengers na Marvel), o quadrinista George Pérez assinou um contrato de exclusividade com a Boom! Sutdios.

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Em nota oficial ao site CBR News, Pérez explicou que o contrato prevê que ele inicie trabalhando em projetos já em andamento da editora, e que em um segundo momento, passe a criar projetos autorais.
Essa ida de Pérez à Boom!, é mais um reflexo dos novos rumos que o mercado de HQs vem tomando nos Estados Unidos.

Com os editoriais das duas grandes, apertando os prazos, com sagas que nada mais são que repetições  e um controle maior que nunca nos rumos que as histórias tomam, autores renomados estão estão rumando para editoras “menores”, buscando espaço para executar trabalhos mais autorais.

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Cartoons do The New Yorker

Nesse vídeo de uma daquelas palestras superficiais mas bacanas do TED, o editor do The New Yorker, Bob Mankoff, fala sobre humor.

De maneira bem didática. Realmente, é uma aula sobre como fazer rir.

Não é sobre os limites do humor, pq o humor não tem limites.
É o que eu digo, pelo menos.

Ah, sobre o New Yorker: recebem cerca de mil cartuns por semana, mas publicam apenas 17!
Tem material por aí, hein!

TED – New Yorker – clique para ver o vídeo

(Até a publicação desse post, o vídeo não tinha legenda em português. Se isso for um empecilho, fica a dica: aperte o play assim mesmo pra acompanhar os exemplos visuais que ele apresenta.)

Brubaker, Remender, Fraction, Aaron, e a nova Casa dos Autores

Aconteceu na ultima terça, dia 2, a Image Expo, uma conferência onde a Image anuncia seus lançamentos para o ano fiscal.

Entre lançamentos meio previsíveis (como um arco especial de The Walking Dead) e um novo trabalho de Mark Millar, foi destaque na feira a firmação da Image como nova casa dos talentos dos quadrinhos para projetos mais autorais, espaço que andava vago no mercado desde que a Warner assumiu a DC e descaracterizou a Vertigo.

Pelo menos 5 obras merecem destaque, muito pelas equipes criativas envolvidas.

Direto daquela que é considerada a melhor fase do Capitão América desde sempre (Winter Soldier), Ed Brubaker e Steve Epting nos apresentam “Velvet”, descrita por Brubaker como algo como se “Moneypenny (a secretaria do MI6 na série James Bond) tivesse que sair em missões de campo entre um expediente e outro no próprio MI6”.

Velvet

Do premiado autor Matt Fraction temos “ODY-C”, uma versão sci-fi da Odisséia.

Rick Remender vêm com dois lançamentos que prometem, um sci-fi com desenhos de Matteo Scalera, “Black Science”, que narra a jornada de um integrante da Liga Anarquista da Ciência que está perdido em partes não exploradas do universo e deseja voltar para seu mundo, custe oque custar. O outro título é “Deadly Class”, com desenhos de Wesley Craig, sobre uma escola que forma os melhores assassinos do mundo na década de 80.

Deadly Class Black Science

Mas a grande promessa é “Southern Bastards”, de Jason Aaron e Jason Latour, segundo os autores uma história de crimes, em um ficcional Alabama, no melhor estilo Scalped, mas com uma liberdade que ele nunca pode ter na série.

Southern Bastards

Nem todos os títulos tiveram suas datas de estreia anunciadas, mas devem estar nas comic shops dos EUA até o meio de 2014.

Novidades sobre o novo Sandman

A editora executiva da Vertigo, Shelly Bond, revelou detalhes sobre a aguardada nova saga de Morpheus.

O nome oficial da é Overture, vai ter a duração de 6 edições com periodicidade bimensal e lançamento no dia 30 de outubro nos EUA.

Ainda foi anunciado que nos meses que não houver edição nova, será colocado nas bancas uma edição de luxo.

Batizada de THE SANDMAN: OVERTURE Special Edition, virá com os roteiros originais de Gaiman, além de artes conceituais e esboços do J.H. Williams III.

O desenhista aproveitou a nota oficial da Vertigo e disponibilizou uma capa para a primeira edição. Lembrando que o capista da série original, Dave McKean, volta para fazer as capas da nova saga.

sandman promo 02

São prometidas mais informações na Comic-Con de San Diego, que vai do dia 18 ao 21 de julho. Segue de bônus uma segunda imagem.

sandman promo 01

Neil Gaiman – Discurso feito para os formandos da University of the Arts 2012

Escolhi um vídeo de auto-ajuda do escritor britânico pra começar o blog. Espero que gostem.

Se não quiserem ver o vídeo, separei alguns recados:
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Primeiro de tudo, quando você começa em uma carreira nas artes, você não tem ideia do que você está fazendo.
Isso é ótimo.

Segundo, se você tem uma ideia do que você quer fazer, o motivo pelo qual você está aqui, então simplesmente vá e faça.
E isso é muito mais difícil do que parece e às vezes no final é muito mais fácil do que você podia imaginar.

Eu queria escrever quadrinhos e romances e histórias e filmes, então eu virei um jornalista, porque era permitido aos jornalistas fazer perguntas e simplesmente ir e descrobrir como o mundo funciona.
E, além disso, para fazer essas coisas eu precisava escrever, e escrever bem.
E eu ia ser pago para aprender a como escrever

Terceiro, quando você começar você vai ter que lidar com os problemas do fracasso.
Você tem que ser durão.

Os problemas do fracasso são difíceis.
Os problemas do sucesso podem ser mais difíceis, porque ninguém avisa você sobre eles.
É a convicção inabalável de que você está escapando com algo e que a qualquer momento eles podem te descobrir.
É a Síndrome do Impostor.

Teve um dia que eu olhei para trás e percebi que eu havia me tornado alguém que respondia emails profissionalmentee escrevia como um passatempo.
Eu passei a responder menos emails e fiquei aliviado em perceber, que estava escrevendo muito mais.

Quarto, eu espero que vocês errem.
Se você erra, quer dizer que você está lá fora fazendo alguma coisa e os erros por si mesmos podem ser muito úteis.
Uma vez eu escrevi Caroline errado numa carta, trocando o A e o O, e pensei “Coraline parece quase como um nome de verdade”.

sexto, vou passar alguns conhecimentos secretos de freelancer
Eu aprendi nos quadrinhos mas se aplica nos outros campos também, e é isso.
Pessoas são contratadas porque, por algum motivo, elas são contratadas.
No meu caso, eu fiz algo esses dias que seria fácil de conferir e me colocaria em muitos problemas e quando eu comecei naqueles dias pré-internet pareceu uma estratégia de carreira sensata.
Quando eu fui perguntado por editores com que trabalhei, eu menti.
Eu listei uma dúzia de revistas que pareciam possíveis e eu soei confiante e eu consegui empregos.
E então eu fiz a questão de honra de escrever alguma coisa para cada revista que eu listei para conseguir aquele primeiro trabalho.
Para que eu não tivesse mentido de verdade, eu apenas fui desafiado cronologicamente.
Mas as pessoas se mantém trabalhando, no mundo freelance – e mais e mais do mundo de hoje é freelance – porque seu trabalho é bom e porque é fácil de se conviver com eles e porque eles entregam o trabalho no prazo.
E você nem precisa de todos os três.
Dois dos três está ótimo.
As pessoas vão tolerar o quão desagradável você é se o seu trabalho é bom e você entrega no prazo.
As pessoas vão perdoar os seus atrasos se ele for bom e gostarem de você.
E você não percia ser tão bom quanto os outros se você está no prazo e é sempre um prazer ouvir de você.

Então quando eu concordei em fazer esse discurso eu pensei em qual foi o melhor conselho que já recebi e percebi que foi na verdade um conselho que eu fracassei em seguir e veio de Stephen King.
Foi 20 anos atrás, no alto do sucesso – o sucesso inicial – de Sandman, o quadrinho que eu escrevia.
Eu escrevia um quadrinho que as pessoas amavam e elas o levavam a sério e Stephen King gostava de Sandman e meu romance com Terry Pratchett, Belas Maldições, e ele viu a loucura que estava acontecendo – as longas filas de autógrafo, tudo isso – e seu conselho para mim foi esse.
Ele disse “isso é realmente ótimo você deveria aproveitar.”
E eu não aproveitei.
Eu queria ter aproveitado mais.
Tem sido uma incrível viagem, mas há partes da viagem que eu perdi, porque eu estava preocupado demais das coisas darem errado, sobre o que fazer a seguir, para aproveitar o lugar onde eu estava.

Agora mesmo estamos em um mundo transicional se você está em qualquer campo artístico, porque a natureza da distribuição está mudando.
Os modelos pelos quais os criadores espalham seus trabalhos no mundo e mantêm um teto sobre suas cabeças e compram sanduíches enquanto faziam isso eles todos estão mudando.
Eu falei com pessoas no topo da cadeia alimentar em editoras e livrarias, na música, em todas essas áreas e ninguém sabe como vai ser o panorama daqui a dois anos, ainda mais em uma década.
Os canais de distribuição que as pessoas construíram durante último século, estão em fluxo para imprensa, para artistas visuais, para músicos, para pessoas criativas de todos os tipos.
O que por um lado é intimidador e pelo outro, imensamente libertador.
As regras, as suposições, os agora-nós-devemos de como você faz seu trabalho ser visto e o que você faz a seguir, eles estão se quebrando.
Os porteiros estão deixando seus portões.
Você pode ser tão criativo quanto quiser, para ter seu trabalho visto.
YouTube e a Rede e o que vier depois do YouTube e da Rede podem dar a vocês mais espectadores do que toda televisão jamais fez.
As velhas regras estão desmoronando e ninguém sabe quais são as novas.
Então criem suas próprias regras.